Seu bebê fica sempre com a cabecinha virada pro mesmo lado? Pode ser Torcicolo Congênito!

Especialista fala mais sobre o assunto e reforça a importância da fisioterapia no tratamento.


Cada vez mais pais e profissionais de saúde reconhecem a importância da fisioterapia no diagnóstico precoce e no tratamento de condições que afetam o desenvolvimento motor infantil. Entre os problemas mais comuns está o torcicolo congênito, condição que, quando não tratada adequadamente, pode impactar o crescimento e a qualidade de vida da criança.

Pesquisa da Biblioteca Nacional de Medicina dos Estados Unidos mostra que a incidência global de torcicolo congênito varia entre 0,3% e 1,9%, com alguns estudos sugerindo uma proporção de 1 por 250 recém-nascidos. Além disso, pode ser acompanhado por displasia congênita do quadril em até 20% das vezes. Ainda de acordo com o estudo, há uma predominância do sexo masculino para o feminino, com uma proporção de 3 para 2.

Sintomas

A fisioterapeuta pediátrica e coordenadora da clínica Fisio FPS, Marcela Moreira, explica que a condição, caracterizada pela inclinação lateral da cabeça devido a encurtamento muscular, costuma ser perceptível nos primeiros meses de vida e pode estar associada a assimetrias craniofaciais e posturais. “A cabeça da criança fica inclinada para um lado e o queixo aponta para o ombro oposto, podendo haver limitação do movimento do pescoço”, afirma Marcela.

Ela conta que, em casos mais graves, pode-se observar ainda uma saliência ou massa no pescoço no lado em que a cabeça está inclinada. “Ela é indolor e está ligada a um músculo chamado esternocleidomastoideo. Normalmente, o torcicolo congênito é identificado por volta de 2 a 3 semanas de idade, e precisa de tratamento fisioterapêutico para ser resolvido”, explica.

O que fazer?

Caso os pais percebam que seu filho tem a cabeça inclinada para um lado, devem procurar o pediatra ou, diretamente, o fisioterapeuta pediátrico. O exame clínico é a ferramenta mais importante para o diagnóstico e pode eventualmente ser complementado por ultrassonografia.

Logo após o diagnóstico, a intervenção precoce, com a fisioterapia, é crucial. Os objetivos principais da fisioterapia são promover simetria, educar a família sobre como devem ser feitas as atividades em casa e garantir que o bebê se desenvolva sem compensações posturais. “Isso é alcançado por meio de exercícios específicos que trabalhamos para minimizar a rigidez muscular e otimizar o movimento do pescoço”, finaliza a especialista.