Agassiz Almeida- “Que legitimidade tem a lei de anistia de 1979 emanada de um Congresso
castrado?”
Abelardo da Hora: “Vou esculpir torturadores da ditadura militar vomitando mortos
desaparecidos”.
Com o apoio de entidades defensoras dos direitos
humanos, dentre as quais, a CUT, M..S.T. Pastoral da Terra, Grupo Tortura Nunca
Mais, centros de direitos humanos do Ministério Público de Pernambuco, da
prefeitura do Recife, e várias organizações sociais, realizou-se na sede dos Direitos Humanos do Ministério Público de
Pernambuco, recentemente, na rua do
Imperador, Recife, sob a presidência do procurador geral de justiça, Agnaldo
Fenelon, e como secretário o sociólogo
Edival Cajá, seminário com o fim de comemorar o transcurso de um ano da instalação do Comitê pela Memória, Verdade
e Justiça.
Diversos
oradores usaram da palavra representando vários órgãos e entidades, exaltando o
trabalho que vem realizando o Ministério Público de Pernambuco sob a liderança
de um devotado defensor dos direitos humanos, o procurador de Justiça Agnaldo
Fenelon.
Contundentes
discursos foram proferidos por nomes emblemáticos da recente história política
do país; dentre os quais o escultor Abelardo da Hora e o escritor e ex-deputado
constituinte Agassiz Almeida. Ambos
opuseram forte resistência às atrocidades praticadas pela Ditadura Militar (1964-1981)
e até o momento abafadas.
Acentuou Agassiz
Almeida na sua fala: Os dias se sucedem, os anos correm, adversidades são
enfrentadas por aqueles que pelejam em defesa dos direitos humanos, e pelo
resgate da memória histórica de nosso país, contra o qual um corporativismo
militar caolho se antepõe por todas as formas, afrontando com isto a
consciência livre da nação.............................................................
Basta! Uma
nação democrática não pode conviver com a impunidade cínica dos torturadores e
genocidas da Ditadura Militar.
Foge de um
povo livre integrado no contexto das democracias mundiais assistir ao desfile
do cinismo daqueles que amparados à sombra do Estado perpetraram crimes de lesa-humanidade.
Basta! Enquanto o
país é elevado à 6° potência na escala da economia mundial, quedamo-nos apequenados como uma republiqueta .
Que pacto se
armou no qual se gestou a lei capenga da anistia de 1979, emanada de um
congresso castrado, engendrado pelo próprio regime militar para favorecer os torturadores.
Ao olharmos para trás
a recente história, assistimos em vários países criminosos de lesa humanidade
serem arrastados às barras da Justiça e condenados, no entanto uma sensação de
vergonha e de derrota nos domina. O corporativismo elitista pode nos derrotar,
mas jamais nos vencerá. Temos a história ao nosso lado.
Onde estão e
quem são hoje os Mussolini, os Videla, os Pinochet, os Medici? Cães danados da
História Universal.
Abelardo da
Hora, considerado um dos maiores escultores do Brasil, em verberações, condenou
a ditadura militar: Eu não sei descrever em palavras o que de atrocidades a
ditadura militar do Brasil praticou. È inominável os crimes monstruosos que os
agentes do Estado Militar cometeram.
Arrastaram-me pelos piores
calabouços dos porões da ditadura militar, aqui, no Recife, por onde passaram Miguel
Arraes, Gregório Bezerra, Francisco Julião, Paulo Cavalcanti, Agassiz Almeida,
Clodomir Morais, Edival Cajá, Manoel Lisboa e centenas de lideranças estudantis e operárias,
todas condenadas pelo crime de olhar um
Brasil livre e independente.
Nesse
terrorismo de estado os criminosos da Ditadura Militar cometeram um crime
monstruoso desconhecido nos anais da história: Prenderam, torturaram,
assassinaram e desapareceram com os
corpos dos mortos.
Os criminosos da ditadura dizem que
eu morri; eles é que morreram para a História. Vou esculpir torturadores da
ditadura militar de braços levantados vomitando mortos desaparecidos.
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Matéria enviada por Jorge Brito
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