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As mulheres podem fazer exercícios físicos durante a gravidez? Tire suas dúvidas!

Durante a gravidez sempre surgem alguns questionamentos e um desses é: a mulher pode ir à academia e malhar durante a gravidez? Até que ponto a atividade física faz bem para a saúde da mãe e do bebê?

Na opinião de especialistas, os exercícios só fazem bem para mulheres nesta condição – desde que feitos com moderação.

Valéria Castro, professora de condicionamento físico do Programa Futura Mamãe da academia Competition, explica que o primeiro passo é conseguir a liberação médica, para garantir que não há nenhum risco.

As recomendações não diferem muito das direcionadas a uma pessoa em condições normais que frequenta uma academia. Nunca malhar em jejum, tentar comer de três em três horas, usar roupas confortáveis...

Além disso, o que ajuda muito a tornar tudo mais fácil é buscar a atividade que gosta, lembra Rosiane Mattar, membro da Associação de Obstetrícia e Ginecologia do Estado de São Paulo.

Saiba mais sobre as vantagens de continuar ou começar um programa de atividades durante a gravidez; os riscos vindos dos exageros e as atividades menos ou mais indicadas.

Benefícios - Segundo Valéria, no período gestacional o corpo da mulher passa por muitas mudanças hormonais, além de ter aumento de líquido e do fluxo sanguíneo. Tudo isso, combinado à mudança de eixo do corpo, faz com que a mulher se sinta mais cansada. “O exercício físico ajuda a fortalecer a musculatura e também traz mais disposição para as atividades do dia a dia. Além disso, as atividades ajudam a futura mamãe a ter mais consciência corporal e aumentar a tolerância à dor, o que pode ser importante na hora do parto”, observa.

Com a rotina de exercícios, a gestante também controla o peso e a pressão arterial e previne a diabetes gestacional. “A atividade promove a melhora da absorção do açúcar no sangue. Você usa a glicemia como forma de energia, ou seja, usa mais o açúcar que ficaria livre no sangue”.

Rosiane também elenca vantagens como o controle do peso e melhora da postura. “Tudo isso também diminui a incidência de várias doenças, da hipertensão e das dores nas costas”.

De volta à antiga forma - A professora Valéria afirma que as mães que seguem uma dieta alimentar equilibrada e se mantêm em movimento ganham, em média, 10 kg durante a gestação, que são eliminados geralmente logo nos dois primeiros meses após o nascimento do bebê. “O fato de ter feito atividade física faz com o que o corpo volte mais rápido”, afirma.

Já para as mulheres que sempre passaram longe da academia, inclusive durante o período da gravidez, voltar à forma antiga é mais difícil. A professora calcula que em média elas levam um ano para voltar à forma.

Um bom incentivo para quem nunca foi fã de exercícios é que mesmo as mulheres que só malharam durante a gestação conseguem ver alguns resultados. “Elas ganham massa muscular, mesmo com treinos mais leves”, diz. Sendo assim, a chegada de um filho pode ser uma boa “desculpa” para incorporar os exercícios físicos na rotina.

Cuidado com os exageros - Rosiane afirma que, para as grávidas, vale evitar exercícios com exposição ao sol e também os de alto impacto. O ideal é que ela não aumente muito a frequência cardíaca. “Ela não pode fazer exercícios que a cansem tanto e que aumentem a temperatura do corpo”, afirma.

Os principais riscos para a mãe, segundo ela, são as lesões de articulação e musculatura. Já para o bebê, pode ocorrer a restrição do crescimento ou um parto prematuro.

Sendo assim, vermelhidão, transpiração excessiva, taquicardia e tontura são as ‘bandeiras vermelhas’ de que a gestante está pegando pesado demais. Um indicador simples recomendado por Rosiane pode ser um termômetro eficaz. “Se a pessoa está conseguindo conversar enquanto faz atividade, está tudo bem”, explica.

Lembrando que as atividades devem ser sempre moderadas. A frequência indicada pela profissional é de quatro a cinco vezes por semana, meia hora por dia.

Atividades mais indicadas - A professora Valéria fala quais são as atividades mais e menos indicadas durante o período da gestação. Confira.

Hidroginástica
De acordo com Valéria, a atividade trabalha força, resistência muscular e a parte cardiovascular. “A água tira o peso corporal e fica mais fácil, reduz impacto e fica muito mais leve pra gestante”.

Musculação 
São exercícios que ajudam o fortalecimento do corpo em geral. A especialista ressalta a importância, nesta modalidade, de se controlar pressão arterial e frequência cardíaca que não deve ultrapassar os 140 por minuto. “Ela deve sentir ardência muscular, mas não pode ficar ofegante ao realizar no final”, diz, explicando que a frequência do bebê já é muito alta, por isso, se a mãe pegar pesado pode aumentar ainda mais o quadro.

Ioga 
Boa atividade para melhorar a respiração da futura mamãe. Outros benefícios são os exercícios de relaxamento e de fortalecimento da pelve. Algumas escolas têm aulas específicas para gestantes. Mas em uma aula regular, basta avisar o professor sobre a condição e pedir para movimentos que se adaptem mais facilmente à anatomia da grávida.

Natação 
Além de trabalhar a parte cardiovascular, a natação é um exercício de baixo impacto e que trabalha todos os músculos.

Alongamento 
“Super importante porque, conforme a maturidade gestacional, vão ocorrendo mudanças com relação à gravidade, o centro de equilíbrio da mulher. Então o alongamento alivia bastante as dores que aparecem em consequência disso”, recomenda Valéria.

Pilates 
De acordo com a professora, quem já pratica Pilates não precisa parar. Porém, vale ressaltar que muitas posições não vão ser confortáveis para a gestante. Além disso, ela não recomenda exercícios que focam na isometria muscular, que é o caso de alguns movimentos do pilates. “Com isso, você pode obstruir de certa forma a cavidade venosa, então quando solta o músculo solta também um volume de sangue de uma vez só”, explica. Por isso, o ideal é pedir orientação do professor para apostar nos movimentos certos.

Abdominal 
Os exercícios focados nos músculos do abdômen são indicados para fortalecer a região, o que traz benefícios especialmente para as mulheres que optam pelo parto normal. Além disso, Valéria afirma que a prática previne as dores na coluna e facilita a recuperação da barriga depois do nascimento. Vale consultar o médico para certificar-se se há risco de diástese, que é o aumento do ligamento do músculo do abdômen. Caso a mulher tenha propensão ao problema, é melhor não fazer este tipo de exercício.

Spinning 
Controlando a frequência cardíaca, é possível fazer esta atividade até o final da gestação. No entanto, ele deve ser feito com algumas restrições, como a adaptação da postura. “O spinning é um exercício aeróbico, melhora o condicionamento cardiorrespiratório, e usa como fonte de energia a gordura, auxiliando o controle do peso e e a pressão arterial”, observa.

Caminhada 
Segundo Valéria, a caminhada é recomendada do começo ao fim da gravidez. “Além dos benefícios gerais, a redução da pressão arterial e o controle de peso, o fato de estar em pé caminhando faz com que a mulher melhore a dilatação, então alguns médicos recomendam até o finalzinho, desde que ela não tenha nenhuma restrição”, recomenda.

Corrida 
Qualquer atividade de impacto (aqui também se encaixam exemplos como jump e step) é um risco para a gestante, de acordo com a especialista. Ela explica uma das mudanças que ocorrem com o corpo da mulher nesta condição é o afrouxamento dos ligamentos, até para ajudar na hora do parto.

Com isso, atividades de alto impacto ou com saltos e quedas, aumentam as chances de torções, quedas e rompimentos de ligamentos.

Valéria acrescenta ainda que mesmo as mulheres já acostumadas à corrida devem tomar cuidado, pois a corrida aumenta facilmente a frequência cardíaca. “Ainda assim, na esteira é um pouco melhor, porque ela absorve o impacto, não tem buracos e nem desnível”, orienta.

Isso não quer dizer que a atividade é proibida – basta diminuir a intensidade e consultar um profissional para um acompanhamento. “Não é uma fase de aumentar a performance, e sim de curtir a gravidez e controlar a alimentação e os exercícios”, pontua.

TRX
Alguns exercícios desta modalidade podem continuar a serem feitos durante a gestação, mas, segundo Valéria, é necessário orientação já que a maioria dos movimentos são em pé e podem ser pouco confortáveis para a gestante.

Dança
A dança é uma boa pedida durante a gravidez, mas sempre lembrando que é considerada uma atividade aeróbica e que, além disso, exige flexibilidade. Para evitar um rompimento de fibra indesejado, a professora avisa que o alongamento exigido nas aulas deve ser com fins de relaxamento, e não para ter ganho de performance.

Treinamento funcional
É indicado, mas precisa ser adaptado especialmente nos movimentos que exigem equilíbrio. “Por conta da mudança de ponto de gravidade, a mulher fica com uma postura diferenciada. Deve tomar cuidado com a postura para não compensar o peso de forma errada”, aconselha.

Fonte: Portal Terra

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