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Dia Nacional de Combate à Cefaleia - A dor além da visão

É comum associar-se dor de cabeça a problemas de visão, mas, muitas vezes, a dor está relacionada a outras patologias mais sérias

É raro conhecer alguém que não tenha sequer uma vez sofrido de dor de cabeça. Algumas pessoas têm uma briga diária com a cefaleia e muitas vezes presumem que precisam usar óculos ou mudar o grau, mas nem sempre isso é uma regra. Apesar da dor de cabeça ser um frequente alerta de problemas na visão, há várias situações em que o paciente investiga e descobre que essa dor tem outra causa. 

De acordo com a neuroftalmologista do Hospital de Olhos de Pernambuco (Hope), Dra. Marisa Kattah, os déficits oculares que têm relação direta com as dores de cabeça são os vícios de refração, que normalmente precisam ser corrigidos com óculos de grau. Entre eles estão o astigmatismo, a hipermetropia e a miopia. Além dos vícios de refração, distúrbios como déficit muscular que provoca insuficiência de convergência (forias), alterações do tamanho da pupila, inflamações ocular e do nervo óptico e glaucoma também podem estar relacionados com dor de cabeça.

Apesar de a cefaleia estar muitas vezes diretamente ligada a problemas de visão, existem diversos outros fatores que podem influenciar na dor de cabeça crônica ou pontual e nem todos são provocados por algum déficit ocular. Um dos casos que não tem relação com a visão é quando os pacientes têm hábitos alimentares desregrados com a ingestão exacerbada de conservantes, consumo de álcool e fumo, que estão diretamente relacionados à cefaleia. Além disso, o estresse e noites mal dormidas também provocam o desconforto.

A neuroftalmologista afirma que um exame oftalmológico de rotina pode detectar precocemente os problemas oftalmológicos ou até mesmo suspeitar de outras patologias que não estejam ligadas aos vícios de refração. “Existem vários casos em que o paciente acredita ter problemas oculares e descobrem outas patologias para a cefaleia. As mais comuns que não estão associados à visão são sinusites, viroses como a dengue, chikungunya e gripes em geral, a enxaqueca e a cefaleia tensional pelo abuso de uso de equipamentos eletrônicos”, esclarece. Mas Kattah alerta que, mesmo algumas doenças não sendo provenientes da visão, é importante que o paciente seja acompanhado por um neuroftalmologista, pois, dependendo da patologia, ela pode dar alterações visuais, como por exemplo o Vírus Zika.

Mesmo que a dor de cabeça não tenha vindo por problemas de visão, é importante ficar atento, pois há casos em que a enxaqueca provoca patologias oculares. É indicado fazer exames neuroftalmologicos para descobrir se a visão não foi afetada. De acordo com a Dra. Marisa Kattah, existe a enxaqueca oftalmoplégica, que pode resultar em paralisia do músculo do olho. Neste caso, a pessoa pode apresentar visão dupla e muita dor ocular. “Essa é uma área do neuroftalmologista, pois estamos aptos para pedir ressonância e outros exames para descartar todas as outras possibilidades”, pontua.

Além dessas patologias, outras doenças mais graves também podem causar dor de cabeça. Algumas delas são os escotomas transitórios, os tumores cerebrais que produzem hipertensão intracraniana e os problemas neurológicos que simulam falsos tumores cerebrais também podem provocar a cefaleia. A orientação é de que, ao sentir dores de cabeça recorrentes, um neuroftalmologista seja consultado para descobrir a real causa do desconforto e o melhor tratamento.

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