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No mês das crianças, oftalmopediatra alerta sobre doenças raras que podem provocar deficiência visual e cegueira na infância


A visão é essencial para o desenvolvimento físico, psicoemocional e cognitivo da criança. Nesse período da vida, algumas doenças oculares raras precisam ser detectadas e tratadas com urgência, pois caso contrário podem comprometer a visão da criança e mesmo levar à cegueira. O alerta é da oftalmopediatra Ana Carolina Valença Collier, do Instituto de Olhos do Recife (IOR), que, em comemoração ao mês das crianças, orienta sobre como prevenir enfermidades que podem prejudicar a saúde ocular infantil.

Doenças complexas como toxoplasmose, glaucoma congênito, retinopatia da prematuridade, catarata e atrofia óptica são hoje as principais causas de cegueira e baixa visão em crianças, no Brasil. Para evitá-las é necessário cuidados com a visão, mesmo antes do nascimento. “Até os primeiros anos de vida do bebê, os pais precisam estar atentos à detecção e intervenção precoce para prevenir deficiências visuais. A mãe, por exemplo, deve realizar um bom pré-natal para detectar e tratar doenças infeccionas congênitas, como herpes, citomegalovírus, sífilis, toxoplasmose, zika”, orienta a doutora Ana Carolina.

Ao nascer, a criança precisa realizar o Teste do Olhinho que é simples, obrigatório e gratuito. “Ele é feito na maternidade pelo pediatra, que depois encaminha o bebê para uma avaliação com o oftalmologista, nos primeiros meses de visa. Nesse exame, é possível detectar suspeita de retinoblastoma, glaucoma, catarata, entre outras doenças”, explica a médica.

Após o teste, a criança deve ter acompanhamento oftalmológico regular, pois os elementos anatômicos essenciais para o processamento visual estão presentes, mas não completamente desenvolvidos. “De acordo com os resultados dessa triagem inicial, o oftalmologista orienta os pais se o bebê precisa retornar com seis meses ou com um ano para fazer uma nova avaliação”, ressalta a oftalmopediatra.

ERROS – Com o avanço da oftalmologia, hoje, é possível evitar e tratar até 70% das causas de cegueira ou grave comprometimento visual na infância. Apesar disso, aproximadamente 20% das crianças brasileiras, em idade escolar, apresentam distúrbios oftalmológicos decorrentes de erros de refração não corrigidos com óculos de grau, estrabismo e ambliopia, que é a diminuição da intensidade visual. “Isso é grave, porque a perda da integridade do sistema visual nos primeiros anos de vida tem impactos no desenvolvimento global, pode causar baixa autoestima, dificuldade de aprendizado e baixo rendimento escolar”, alerta a doutora Ana Carolina.

Outra condição rara em crianças é o descolamento de retina. “Embora não seja comum na infância, pode acontecer e tem que ser tratado o mais rápido possível. A cirurgia é a única opção e, infelizmente, nem todos os casos são operáveis”, explica. Para os casos cirúrgicos, existem dois tipos de correção: a vitrectomia posterior via pars plana ou a retinopexia com introflexão escleral. “Ambas são operações de alta complexidade. Por isso, nossa recomendação é sempre o acompanhamento periódico para um tratamento preventivo”.

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