Slide

10/recent/ticker-posts

Especialista alerta sobre o perigo do uso do cigarro eletrônico

Não há qualquer dado científico que comprove uso do vape como alternativa eficaz para quem deseja parar de fumar, segundo cirurgião torácico Davi Nogueira, com atendimento no NOA.


O cigarro eletrônico, também conhecido como vape, foi introduzido no comércio como alternativa para quem deseja parar de fumar – apoiado no discurso desse conter menos substâncias cancerígenas e menor potencial para causar problemas pulmonares agudos. Na verdade, o dispositivo contém um depósito onde é colocado um líquido concentrado de nicotina somado a solventes como água, propilenoglicol, glicerina e aromatizantes, sendo esse aquecido e inalado.

A venda desse, no entanto, foi proibida (sobre a venda, importação ou propaganda do aparelho) pela Anvisa (desde 2009) por não haver qualquer dado científico que comprove a eficácia e segurança do vape, como alerta o cirurgião torácico Davi Nogueira – com atendimento no NOA (Núcleo de Oncologia do Agreste), em Caruaru, Pernambuco. O uso desse é desaconselhado, inclusive, por vários especialistas, a exemplo da Associação Médica Brasileira.

A Sociedade Torácica Americana diz que os estudos não mostraram qualquer eficácia dos cigarros eletrônicos para a cessação do uso do cigarro convencional, ao contrário dos adesivos ou chicletes de nicotina, como esclarece o especialista. “O adesivo reduz gradualmente a quantidade de nicotina liberada, o que ajuda o corpo a deixar a dependência. Já o cigarro libera sempre a mesma quantidade da substância. Ao contrário do pretendido, o uso do vape pode contribuir para o aumento do vício na nicotina. A OMS também apoia esta decisão e aconselha o uso de outras estratégias comprovadas e seguras para conseguir deixar de fumar”.

O médico Davi Nogueira explica que o cigarro eletrônico é tão maléfico quanto o convencional. “Os dois tipos liberam nicotina e essa é uma das substâncias com maior poder de vício e dependência, a nível cerebral. Sem contar que, uma vez lançada ao ar (pelo aparelho e pela expiração do usuário), leva pessoas ao redor a inalar a mesma. Apesar do cigarro eletrônico não ter tantas substâncias tóxicas quanto o tradicional, ele libera outras substâncias cancerígenas, a exemplo do formaldeído. Sem contar a presença de outros metais pesados liberados no vapor e das substâncias químicas (que não têm comprovação de que são seguras, quando usadas a longo prazo) usadas para saborizar o vape.

Identificada pela primeira vez em 2019, a EVALI (E-cigarette or Vaping product use-Associated Lung Injury) é uma sigla em inglês para a doença pulmonar causada pelo uso do cigarro eletrônico ou vape. O cirurgião torácico explica que a condição está relacionada com a presença de acetato de vitamina E (tipo de óleo usado no líquido do cigarro eletrônico, especialmente nos que contém THC, que é uma substância psicoativa da maconha, e que interfere no funcionamento normal dos pulmões).

A doença pode apresentar sintomas comuns aos de outras condições respiratórias, a exemplo da pneumonia ou da gripe. O médico Davi Nogueira diz que exemplos são: falta de ar, febre, tosse, náusea e vômito, dor no estômago, diarreia, tontura, palpitação, dor no peito e cansaço excessivo, que podem durar por alguns dias ou várias semanas. Por isso a importância de se buscar ajuda médica”. Uma vez diagnosticada, a doença é tratada via internamento, mediante uso de medicamentos como corticoides, antibióticos ou antivirais, assim como oxigênio.

Postar um comentário

0 Comentários