Incômodos na cervical podem surgir com o envelhecimento natural do corpo ou serem decorrentes de outros fatores; entenda.
Queixas de dores na coluna são recorrentes nos consultórios, como atesta o médico ortopedista Thiago Pedro, especialista em cirurgia da coluna – com atendimento no SEOT (Santa Efigênia Ortopedia e Traumatologia). Os incômodos na cervical podem surgir com o envelhecimento natural do corpo ou serem decorrentes de fraturas, má postura, excesso de peso, falta de atividade física ou alterações congênitas (que surgem durante a formação do feto, na gestação). Apesar dessa ser, na maioria das vezes, uma dor temporária, a consulta a um especialista é indispensável, sobretudo se o desconforto persistir por mais de três dias ou vier acompanhado de outros sintomas, conforme orienta o ortopedista.
Entre as causas mais comuns da cervicalgia estão as contraturas musculares (tensões musculares ou torcicolo); espondilose cervical (desgaste osteoarticular/ artrose); estenose cervical (estreitamento do canal para os nervos/ raízes) e hérnia de disco cervical (deslocamento do disco do espaço habitual), entre outras.
Geralmente provocada por atividades ou comportamentos do dia a dia, a exemplo da má postura; permanecer sentado por muito tempo; dormir em posição errada ou fazer contração dos músculos do pescoço durante o exercício físico, as contraturas musculares estão no topo das causas de dores na região da coluna cervical, sendo bem comuns, inclusive, em períodos de estresse extremo. “Para aliviar o desconforto é importante fazer alongamentos do pescoço, entre duas e três vezes ao dia (ao menos cinco minutos, por vez) e aplicar compressas quentes (entre 10 e 15 minutos) no local”, indica o médico ortopedista Thiago Pedro.
Sendo mais comum em pessoas idosas, a espondilose cervical é ocasionada pelo desgaste/envelhecimento natural das vértebras e discos, o que causa a compressão dos nervos. Pode, porém, ocorrer com qualquer pessoa pelo excesso de peso ou má postura. Dor no pescoço ou em volta do ombro, com irradiação para os braços, assim como sensação de pescoço rígido ou dor de cabeça na nuca, estão entre os sintomas da condição. “O tratamento pode ser feito com remédios analgésicos e anti-inflamatórios, uso de colar cervical ou cirurgia”, explica o médico.
Caracterizada pelo estreitamento do canal espinhal da região do pescoço, comprimindo a medula espinhal e as raízes nervosas da região, a estenose cervical (espaço por onde as estruturas neurológicas passam) ocorre sobretudo em pessoas com mais de 50 anos, mas também pode, apesar de não ser tão comum, ser de origem congênita. Entre os sintomas estão dor na região afetada, sensação de agulhadas, formigamento, queimação na extremidade envolvida, dificuldade durante os movimentos finos com as mãos, fraqueza ou dormência nas pernas, mãos, braços e ombros, assim como dificuldade para andar ou manter o equilíbrio, perda do controle da bexiga e do intestino e paraplegia (casos graves). “O tratamento pode ser feito com medicamentos, sessões de fisioterapia e de reabilitação, exercícios de fortalecimento muscular, alongamentos e trabalhos de estabilização postural. Em casos mais graves, há a indicação de procedimento cirúrgico”, detalha o ortopedista.
Já a hérnia de disco cervical acontece quando os discos entre as vértebras da coluna – que funcionam como amortecedores – são pressionados e mudam de forma. Entre os sintomas da condição, mais frequente em pessoas com mais de 40 anos de idade (podendo aparecer antes em pessoas com má postura ou que precisam trabalhar em posições menos confortáveis), estão o formigamento ou dormência nos braços. “Pode haver a indicação de fisioterapia ou remédios analgésicos e anti-inflamatórios para o alívio da dor e diminuição da inflamação, bem como de cirurgia, nos casos mais graves”, finaliza o especialista.
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